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o que é alimentação saudável?

a pergunta de um bilhão de dólares!



embora a resposta para essa pergunta seja relativamente simples, ela envolve inúmeros elementos que tornam o refletir sobre alimentação saudável praticamente um enigma da esfinge. há quem defenda dieta low carb, outros que advogam pela cetogênica e quem aí já não ouviu sobre a famigerada dieta do mediterrâneo.


no meu caminho na nutrição, desde antes da graduação, eu tinha muitas dúvidas sobre o que seria, afinal, uma alimentação saudável. precisa ter cúrcuma em tudo? e spirulina? levedura nutricional? tira carboidrato? mais proteína? ah! leiga que era, fiz cursos e mais cursos sobre gastronomia funcional e um universo de sabores e possibilidades inusitadas me foi apresentado. foi encantador. mas eu não estava satisfeita, porque ainda que estivesse adorando a nova alquimia que as misturas de farinhas sem glúten me proporcionava, achava estranho deixar de lado o bolo de cenoura da minha avó que me remetia ao conforto de sua companhia e acalentava a alma.


como mencionei, existem muitas variáveis que vão pautando a relação que desenvolvemos com a alimentação e que tornam o ato de comer pra lá de complexo. são questões ideológicas, filosóficas, espirituais, culturais, ambientais, circunstanciais, nutricionais, afetivas, de ordem prática, enfim. a lista é longa. nesse sentido, não existe certo ou errado. existem escolhas e prioridades. o ideal é que sejam escolhas conscientes e informadas das consequências que trarão, seja a curto, médio ou longo prazo, no âmbito privado e coletivo. mas só lembrando, nenhum alimento isolado é responsável pela cura ou adoecimento.


como nutricionista, gostaria de salientar que olhar para os alimentos com o viés estritamente nutricional é um tiro no pé. ninguém come carboidrato com fitoquímicos. já uma bruschetta de tomate com manjericão, azeite, sal e pimenta do reino conheço poucos que resistam (aliás, tem receita dela aqui no blog!). de fato os alimentos carregam na sua matriz alimentar macro e micronutrientes, vitaminas e minerais que são responsáveis por promover efeitos no nosso corpo físico e contribuem com a nossa saúde. entretanto, nós precisamos ampliar o que entendemos por saúde, que é também muito mais que um estado de bem-estar físico, mental e social, como dita a Organização Mundial de Saúde. saudável é também considerar o valor histórico, simbólico e o prazer proporcionado pelos alimentos e receitas. pasme: pode ser que comer um brigadeiro seja mais saudável que uma banana, a depender do seu estado de espírito, contexto social e desejo. a proibição pode inclusive levar a compulsão e fazer o oposto do proposto, levando a uma relação nada positiva com a alimentação.


me parece um caminho interessante aquele em que incluímos mais do que excluímos. qualquer alimentação precisa de equilíbrio e variedade, portanto usemos isso a nosso favor. quantidade e qualidade também são conceitos chave para considerarmos na alimentação. sem modismos, sem radicalismos, com respeito ao próprio corpo e atendendo aos sinais que ele tão generosamente nos dá.


mas se você chegou até aqui, queride leitore, me permita compartilhar algumas sugestões do que fui acumulando ao longo dos anos e que me parecem ser fortes aliados de uma alimentação que promove saúde:


  • cozinhe mais. é muito legal ampliar o repertório e o paladar com novas receitas técnicas, mas pode também ser à sua maneira, do seu jeito simples, fazendo aquilo que você gosta e te faz feliz.

  • coma comida de verdade. aquela que você reconhece como alimento in natura, que vem da feira, da fazenda, e não de laboratórios.

  • aprenda a ler rótulos. se tiver algum ingrediente que você não reconhece como comida que poderia ter na sua cozinha, provavelmente não é um alimento lá muito aliado da saúde.

  • evite os ultraprocessados.

  • dê preferência a alimentos de origem orgânica.

  • traga variedade para o seu prato. que tal arroz vermelho no lugar do arroz branco, só para variar e provar? ou feijão manteiguinha no lugar do carioca?

  • explore cores e sabores dos alimentos. o reino vegetal é um verdadeiro arco-íris! sinta um pouco dessa magia e nutrição no seu prato.

  • faça da alimentação um momento prazeroso. desfrute do momento de se alimentar, fazendo-o com calma, presença e conexão.

  • permita-se “errar”. se dessa vez aquilo não funcionou, não caiu bem ou o que seja, encare isso como uma aprendizagem para a próxima vez.

  • abra mão da perfeição. não existe alimentação perfeita todos os dias. aliás, nem estamos iguais todos os dias e o que foi ótimo ontem pode não funcionar hoje. o que existe sim a base do cotidiano, momentos, circunstâncias e exceções.

  • aprenda a ouvir e respeitar os sinais do seu corpo. tenho sede? bebo água. quero realmente comer? se sim, como, se não, não como. a que horas eu quero determinado sabor? como fazer isso para me sentir melhor?

  • seja generoso com você mesme e respeite seu processo. apenas com o cuidado da exceção não virar regra.


conte comigo para te auxiliar nesse processo potente e transformador :)

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